Surpreende-nos a grande confusão reinante hoje no mundo? Como poderia ser diferente se levarmos em consideração que muitos pensadores expulsaram Nosso Senhor Jesus Cristo para fora do cosmos, relegando assim a fé cristã à categoria de mera religião ou cultura humana? O que diremos então de uma igreja cujos membros são afligidos por semelhante confusão? Essa desordem espiritual é caracterizada pelo esforço ? consciente ou não ? de separar Jesus Cristo, verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, de sua palavra. É estarrecedor que muitos cristãos atualmente, embora confessem verbalmente a Jesus Cristo, o neguem por meio da rejeição de seus ensinamentos, de seus mandamentos e de sua lei. Tais cristãos, para se justificarem, estão prontos a dizer: ?não estamos mais debaixo da lei, mas debaixo da graça. ?. Lamentavelmente essa afirmação, verdadeira no contexto do ensino apostólico de Paulo, torna-se falsa quando é distorcida ou interpretada de modo abusivo para definir a atitude dos cristãos em relação à lei de Deus. A bem da verdade, essa confusão provém da ignorância e falta do entendimento correto das Escrituras, que nos capacitam para toda boa obra. «Apologia da lei de Deus» chega, portanto, em boa hora a fim de nos lembrar da importância e beleza da lei divina. Berthoud nos lembra que não existe salvação fora da graça divina e que a graça de Deus, por sua vez, confere a todos os que a recebem tanto a capacidade como a disposição para obedecer aos mandamentos divinos. Este livro nos lembra da autoridade soberana de Deus sobre o mundo criado: aqui e agora, e em todos os tempos e em todo lugar. Possa os seus leitores, recusando toda rejeição pessoal e pública da lei de Deus, unirem-se ao salmista para se alegrar em cada uma das ordenanças de Deus, manifestando, pois, na totalidade da vida, a glória do nosso Senhor, Criador e Salvador.